Internamentos em Privado

É hoje hegemónica, com tudo o que isso representa, a ideia de que o tratamento psiquiátrico se deve fazer na comunidade, em ambulatório ou no domicilio do doente (que é o sitio onde o doente se “infectou”, trazendo uma visão infecciosa para a análise da questão).

Esta perspectiva, também economicista, levou ao encerramento de hospitais, de serviços e de camas hospitalares um pouco por todo o pais. A nossa perspectiva não vai neste sentido. O internamento é, ainda hoje, necessário em varias condições psiquiátricas.

Ainda hoje, a gravidade de alguns quadros psiquiátricos, pela sua severidade, pela sua qualidade ou por condicionamentos familiares, impõe tratamento em regime de internamento (lembremos as depressões graves, melancólicas, as psicoses graves, esquizofrenias, eventualmente, com corte com o sistema da realidade, os quadros de ansiedade, as patologias comórbidas com adição de substâncias, vulgarmente designadas por toxicodependências…).

 

 

Preconizamos, é certo, estruturas de internamento leves, abertas (diferentes, evidentemente, dos antigos hospitais psiquiátricos), que propiciem cuidados diferenciados (não rígidos e eventualmente plurais) e durante o tempo apropriado, contrariando a ideia prevalente nos fazedores de opinião, de que estes quadros se equilibram (não digo, evidentemente, curam) em oito ou dez dias, como parece estar agora em moda.

Os nossos internamentos têm lugar numa clínica aberta, sem muros, numa integração plena com o contexto da comunidade onde está instalada, e num lugar aprazível (Luso).