Etiqueta: terapêutica

Psicoterapia, psicodrama e psiquiatria clínica. Formas para todos os mundos

Laing (1972) coloca-nos uma pergunta radical acerca da possibilidade de ser pessoa, do cumprir-se enquanto pessoa nos tempos actuais. Pergunto se esta impossibilidade radicará no cansaço para o mundo dos objectos exotéricos e na posição redutora de procurar cansaços no exercício da semiologia médica estrita e de os localizar (neste excesso localisacionista, redutor e simplista trazido da medicina geral para a psiquiatria), num qualquer órgão ou sistema neurobiológico.

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Qual o quadro das toxicodependências actualmente?

Quando se tem por referência o contexto da prestação de cuidados na comunidade e, tendo por base a experiência na colaboração com clínicos gerais (medicina familiar), é frequente a observação de que não há, ou “não tenho no ficheiro”, doentes com problemática aditiva. Puro engano… calcula-se que, neste contexto, 25% dos doentes estejam referenciados por patologias desta natureza, nem que seja em termos de comorbilidade. Se considerarmos a população doente (internada), a percentagem sobe consideravelmente (autores apontam 35%). Se acreditarmos na patologia (na sua existência e na importância que ela detêm em termos psiquiátricos, e nas múltiplas facetas de feição socioeconómica), fica imposto que se façam algumas perguntas simples: usa substâncias não prescritas/ilegais? Fuma tabaco ou drogas? Bebe álcool?

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Esquecer não é o tratamento para os nossos males?

Eu não acho que seja sensato afastar/fugir de uma parte que é nossa (que nos compõe, e da qual somos continente), e que é tão rica dentro das possibilidades que nos oferece… proporciona-nos, por exemplo, o contacto com o nosso passado (o deprimido melancólico está “grávido de passado”), amadurece-nos como nenhuma outra coisa o faz (amadurecemos na tristeza, não na hipertimia) e, de uma forma geral, até em termos terapêuticos não me parece a “estratégia” a seguir. O lastro depressivo comparo-o, às vezes, às mãos calejadas vazias.

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Caracterização do movimento assistencial em termos de saúde mental no nosso país?

O quadro assistencial, em termos de saúde mental no nosso país, tem vindo a sofrer nos últimos tempos profundas modificações (alguém as apelidou de verdadeira “revolução”, referindo-se aos contornos da aplicação da actual Lei de Saúde Mental), que implicam desenvolvimentos conceptuais em termos da própria doença mental, no planeamento estrutural da prestação de cuidados, no desenho das redes assistenciais, etc. São, não há dúvida, novos tempos que a história se encarregará de avaliar… neste “afã de fazer…” adivinham-se movimentos ou actos fracturantes com repercussões negativas em termos da componente social e pública (mais frágil…) da questão.

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