Qual o quadro das toxicodependências actualmente?
Quando se tem por referência o contexto da prestação de cuidados na comunidade e, tendo por base a experiência na colaboração com clínicos gerais (medicina familiar), é frequente a observação de que não há, ou “não tenho no ficheiro”, doentes com problemática aditiva. Puro engano… calcula-se que, neste contexto, 25% dos doentes estejam referenciados por patologias desta natureza, nem que seja em termos de comorbilidade. Se considerarmos a população doente (internada), a percentagem sobe consideravelmente (autores apontam 35%). Se acreditarmos na patologia (na sua existência e na importância que ela detêm em termos psiquiátricos, e nas múltiplas facetas de feição socioeconómica), fica imposto que se façam algumas perguntas simples: usa substâncias não prescritas/ilegais? Fuma tabaco ou drogas? Bebe álcool?