Esquecer não é o tratamento para os nossos males?
Eu não acho que seja sensato afastar/fugir de uma parte que é nossa (que nos compõe, e da qual somos continente), e que é tão rica dentro das possibilidades que nos oferece… proporciona-nos, por exemplo, o contacto com o nosso passado (o deprimido melancólico está “grávido de passado”), amadurece-nos como nenhuma outra coisa o faz (amadurecemos na tristeza, não na hipertimia) e, de uma forma geral, até em termos terapêuticos não me parece a “estratégia” a seguir. O lastro depressivo comparo-o, às vezes, às mãos calejadas vazias.