A comunidade, de uma forma geral, olha para o abuso e para a adição de substâncias, como uma problemática de índole social. Acredita-se facilmente que as pessoas que usam substâncias de potencial aditivo são, de alguma forma, destituídas de vontade, de carácter, moralmente ou criminalmente tocadas. Com efeito, o uso de substâncias psico-modificadoras, com efeitos psicotrópicos, é um problema grave de saúde publica, atravessando todas as classes sociais e com repercussões gravíssimas em termos dos custos para uma comunidade.
O tratamento, quando bem conduzido, introduz efeitos muito positivos e favoráveis sobre a pessoa doente e também sobre a comunidade, pela melhoria do funcionamento psicológico e social, pela diminuição da criminalidade associada e pelas doenças físicas e patologias psiquiátricas relacionadas. Fundamental será portanto, estreitar o “gap” entre a percepção pública da adição de substâncias (toxicodependência), e aquilo que mostra o conhecimento científico, carreado particularmente pela experiência clínica, ou seja, pelos que observam, tratam e compreendem pacientes em condição de adição.