Artigos

Reflexões sobre Psiquiatria Clínica, Psicoterapia e Saúde Mental

Psicoterapia, psicodrama e psiquiatria clínica. Formas para todos os mundos

Laing (1972) coloca-nos uma pergunta radical acerca da possibilidade de ser pessoa, do cumprir-se enquanto pessoa nos tempos actuais. Pergunto se esta impossibilidade radicará no cansaço para o mundo dos objectos exotéricos e na posição redutora de procurar cansaços no exercício da semiologia médica estrita e de os localizar (neste excesso localisacionista, redutor e simplista trazido da medicina geral para a psiquiatria), num qualquer órgão ou sistema neurobiológico.

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Compreender o abuso e a dependência de substâncias

A comunidade, de uma forma geral, olha para o abuso e para a adição de substâncias, como uma problemática de índole social. Acredita-se facilmente que as pessoas que usam substâncias de potencial aditivo são, de alguma forma, destituídas de vontade, de carácter, moralmente ou criminalmente tocadas. Com efeito, o uso de substâncias psico-modificadoras, com efeitos psicotrópicos, é um problema grave de saúde publica, atravessando todas as classes sociais e com repercussões gravíssimas em termos dos custos para uma comunidade.

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A linha fenomenológica e humanista no encontro psicoterapêutico em direcção ao resgate pela parte saudável da Pessoa

“Defendo a hipótese que existe uma tendência direccional formativa no universo, que pode ser rastreada e observada no espaço estelar, na vida orgânica e nos seres humanos. Na vida humana, essa tendência expressa-se quando o individuo progride do seu início unicelular, para o funcionamento orgânico complexo, para um modo de conhecer e de sentir abaixo do nível da consciência, para um conhecimento consciente do organismo e do mundo externo, para uma consciência transcendente da harmonia e da unidade cósmica, na qual se inclui a espécie humana”. (C. Rogers na sua fase final, colectiva ou inter-humana).

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Qual o quadro das toxicodependências actualmente?

Quando se tem por referência o contexto da prestação de cuidados na comunidade e, tendo por base a experiência na colaboração com clínicos gerais (medicina familiar), é frequente a observação de que não há, ou “não tenho no ficheiro”, doentes com problemática aditiva. Puro engano… calcula-se que, neste contexto, 25% dos doentes estejam referenciados por patologias desta natureza, nem que seja em termos de comorbilidade. Se considerarmos a população doente (internada), a percentagem sobe consideravelmente (autores apontam 35%). Se acreditarmos na patologia (na sua existência e na importância que ela detêm em termos psiquiátricos, e nas múltiplas facetas de feição socioeconómica), fica imposto que se façam algumas perguntas simples: usa substâncias não prescritas/ilegais? Fuma tabaco ou drogas? Bebe álcool?

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