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A linha fenomenológica e humanista no encontro psicoterapêutico em direcção ao resgate pela parte saudável da Pessoa

“Defendo a hipótese que existe uma tendência direccional formativa no universo, que pode ser rastreada e observada no espaço estelar, na vida orgânica e nos seres humanos. Na vida humana, essa tendência expressa-se quando o individuo progride do seu início unicelular, para o funcionamento orgânico complexo, para um modo de conhecer e de sentir abaixo do nível da consciência, para um conhecimento consciente do organismo e do mundo externo, para uma consciência transcendente da harmonia e da unidade cósmica, na qual se inclui a espécie humana”. (C. Rogers na sua fase final, colectiva ou inter-humana).

Alguns autores especulam sobre a natureza e o posicionamento, nesta fase mais transcendental e já não estritamente psicoterapêutica, de C. Rogers. Penso que se trata de uma evolução natural, própria ao trabalho em profundidade (do paciente, do terapeuta e do grupo considerado), numa linha humanista-fenomenológica (Heidegger, Merleau-Ponty, M Buber) e numa fundamentação espiritual ligada aos aspectos transpessoais e inter-subjectivos do ser humano. Sendo o espiritual o núcleo são da Pessoa… a dimensão que não enferma. (Frankl, 1999)

Numa organização da nossa Clínica de Grupos, temos abertas inscrições para o desenvolvimento de grupo psicoterapêutico de inspiração Rogeriana. A ideia é a de ampliar o conhecimento e a prática (penso porque tenho mãos), na elevação do contexto grupal (face ao individuo na sua ante ou a-historia), propiciador e detentor de toda a sabedoria, nos aspectos intersubjectivos e transpessoais, que o indivíduo na sua pequena narrativa, esqueceu.